por Jeder Janotti Jr. Um dos discos que mais me violenta na recente produção musical recifense é o do absurdo, da banda Rua. Violência aqui é aquilo que me obriga a sair de um ouvir narcotizado e assunta refletir sobre o que me tira o óbvio, me exige atenção dos ouvidos. Enquadramento sensório. Nem sempre isso é só do prazer, pois exige muito! Nem sempre quero estar atento! Uma saída fácil para entender esse gosto esnobe que trai meu rock…
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por Bernardo Oliveira*. “Ouve-se o fraco rumor das cigarras. Depois os trinados de uma cotovia, depois o canto do pássaro zombeteiro. Alguém ri, uma mulher soluça convulsivamente. Um homem solta um grande grito: ‘Estamos perdidos!’ Uma voz de mulher: ‘Estamos salvos!’ Gritos explodem em toda parte: ‘Perdidos! Salvos! Perdidos! Salvos!” (MILLER, Henry, 1945, em DELEUZE/GUATTARI, 1997, p. 113) Um dos grandes filmes brasileiros recentes, O Som ao Redor opera a transposição das relações de poder do Brasil arcaico para o…
Conheci Alípio Carvalho Neto em um concerto seu na Livraria Cultura em 2006. Foi um dos primeiros contatos que tive com este tipo de música. Lembro-me que, o que mais me marcou, foi a intensidade e a urgência que aquele cara tocava. Havia muita energia. Seis anos depois, em 2012, Bruno Vitorino (Nebulosa Quinteto) nos comunica que Alípio estava vindo passar uma temporada em Recife e que iríamos fazer um concerto com a participação dele. Além da memória viva daquele…
A princípio, uma pauta em branco é um obstáculo quase intransponível. O silêncio altivo que emana de seus pentagramas intocados parece lançar ao compositor o desafio da transgressão do vazio. Pôr a primeira nota no papel exige de quem escreve um impulso capaz de quebrar a pausa inicial e estruturar, assim, suas urgências internas. Justamente devido a esse caráter personalíssimo da música, o compositor, ao olhar para dentro, vai buscar a centelha que desencadeia o processo da criação em duas…
Faça o download da coletânea + ensaios aqui. APRESENTAÇÃO Estamos em Pernambuco, há música, crítica e todos os tipos de desencontros. Os espaços de escuta estão escassos. Como sempre, cenas culturais deglutindo e implodindo gerações. Umas após as outras. Os meios impressos não criam mais tensões, mas circulam sobrevivendo entre os escombros. Há um sorriso terno na boca do artista. O Estado controla, ou melhor, procura controlar, catalogar, filtrar e editar a criação. A arte resiste a isso tudo, é…
“Diego Albuquerque é, atualmente, o mais importante crítico musical de Pernambuco” – Júlio Rennó (ex-outros críticos) “Selecionar discos para download passa longe da crítica, não há crítica sem texto” – Barbara Woolfer (Revista de Cinema) “Não é possível mensurar a contribuição que o site Hominis Canidae e a revista MI têm para a música brasileira. Como também não nos damos conta do quanto se tornou irrelevante a crítica musical na mídia impressa tradicional. Quando há…” – Alberto Infante (Diário Austral)…
D MinGus parecia ser um dos mais talentosos músicos autores da nova geração na qual se insere o Desbunde Elétrico, formalmente – se que é que podemos usar essa palavra no contexto; Cena Beto, intimamente. Digo parecia, porque se existia alguma dúvida em relação a isso, acredito que tenha sido sanada com Fricção (2013), seu mais novo álbum. Do primeiro disco, mais ligado ao rock, passando pelo segundo, mais folk, o músico agora utiliza mais elementos da música eletrônica, fazendo uma…
Na próxima sexta-feira (17/05), os músicos Fred Lyra (guitarra) e Hugo Medeiros (bateria) encerram a temporada de cinco apresentações no Teatro Joaquim Cardozo (Recife/PE). O duo instrumental Mojav Duo contou com a participação de convidados de diferentes áreas artísticas em cada uma das edições. A última apresentação teve a presença do Grupo Totem, que neste ano comemora 25 anos, atuando principalmente com dança e teatro. A banda existe desde 2009, segundo Fred Lyra (que também faz parte da Nebulosa…
Igor Stravinsky (1882-1971), por uma daquelas coincidências ou acasos que ocorrem na história da humanidade, faz um paralelo entre os compositores da Tropicália, os elementos de bricolagem ou como ele próprio chama, pastiche, e a habilidade em lidar com ritmos, mexendo na ordem e com a ortodoxia rítmica da época, com a mesma ousadia das características do movimento tropicalista. A comparação entre Stravinsky e Picasso no mundo da pintura é inevitável. E o paralelo entre ambos não ocorre apenas em…
Quem é você? Sou Leonardo Vila Nova, recifense, filho de Tereza Cristina e Almir Vila Nova. Sou jornalista por formação acadêmica, músico e poeta por amor e caminho inevitável da vida e vagabundo nas horas vagas. Um autêntico aquariano, com o ascendente em Leão e a Lua em Áries, uma combinação um tanto quanto difícil de lidar, bem indomável (risos). Como se deu teu desenvolvimento na música? Chegou a fazer aulas? Cursos? És autodidata? Nunca fui muito disciplinado com essa…
Em junho de 1972, no período pós-tropicalista, quando Caetano Veloso havia acabado de retornar ao Brasil depois do exílio em Londres, o músico escreveu: “O tropicalismo foi uma árvore de mil frutos. Digo isso sem orgulho, sem remorso. Os frutos pecos e podres se espalharam pelo chão e ninguém melhor instalado para sentir-lhes os fuçadores de raízes”. O manguebeat e a tropicália guardam, seguramente, inúmeras diferenças, mas é possível percebermos certas características comuns aos dois movimentos culturais (ou movimentações, como…
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