por Rodrigo Édipo e Igor Marques.
não lembro bem, mas acho que foi na unitop que varlos me falou pela primeira vez sobre esse esquema do recbeat. nesse dia ele também falou de mais uns 300 projetos e me apresentou um planejamento do otros críticos pra 2035 e um contrato pra eu assinar. como de costume, falei que estaria ocupado até lá.
dias depois veio o convite oficial. carlos me disse que “o artista” que escolheu para o meu ensaio era a matalanamão. nada mal. segundo ele, a ideia do convite veio depois de me ver comprar os radcunhos das obras de paulinho do amparo qe estavam a venda num quiosque numa feira de música. cada um com suas associações, mas acho que carlos é um cara que me entende. ele é um camisa dez de primeira.
há muito tempo não venho com tesão pra escrever sobre música, isso explica un pouco meu distanciamento da mi (mas já to retomando). aceitei o desafio por ser matalanamão, num impulso meio maloqueiro-juvenil-pride. a banda reside no seio da minha memória afetiva e contribuiu na formação do meu humor.
um dia fui tomar o vegetal e um encadeamento de pensamentos me levou até igor – um menino novo, parceiro na autoria deste trabalho. cheguei a conclusão de q nao precisava fazer o trampo e decidi dar essa oportunidade a ele. falei com carlos echegamos a conclusão que deveriamos duplar. igor e eu. beleza. convidei igor.
11 de fevereiro de 2015 18:45
só não sei como posso te ajudar
lembro que mostrei isso pra igor https://youtu.be/dt6fAbQTI1M e começamos a trocar ideia pelo chat… a partir da conversa propus a ele em investir no tesão que tem pela fotografia analógica. igor é um dos responsáveis pelo projetto passeio analógico.
tenho um filme carregado, posso usá-lo
13 de fevereiro de 2015 15:52
Segue alguns links sobre a Matalanamão:
https://www.youtube.com/watch?v=cot90aSgQjY
http://letras.mus.br/matalanamao/
https://www.facebook.com/matalanamao
https://soundcloud.com/banda-matalanam-o
14 de fevereiro de 2015 19:03
Tudo certo? 9h30 e 19h amanhã?
chegamis no recife antigo na hora combinada. igor já estava à minha espera sentado em um gelo baiano, olhando para o palco vazio. o telefone da produtora do recbeat não dava sinal e ficamos sem contato. decidimos sair de lá pra tomar uma coca e batemos um papo mais reto sobre como iríamos fazer o trabalho. nos perdemos um pouco na conversa e o tempo passou por nós. mas conseguimos recuperá-lo. bruno loja nos atendeu e nos conduziu até o palco. os caras já estavam se preparando para a passagem de som.
“oxe, cadê? nos prometeram três virgens!”
foi assim que eu e igor fomos recebidos pela banda. eu que pensei que a tarefa de quebrar o gelo seria minha, os caras deram um adianto no trabalho. nos receberam super bem e o papo fluiu como de boleiro, naquela linguagem da rua mesmo, de galera, sem muita frecusra. falamos sobre as duas dévcadas de carreira da banda que logo descambou praquele papo de que “tá todo mundo véio, mesmo”. engraçado ver essa perspctiva, pra mim matalanamão sempre representou aquela putaria juvenil, punheteira e cheia de perversão ainda não realizada.,
Chegou uma prima minha que veio de sao paulo cheia de sutaque boa pra caralho/seu nome é cristinha tem um corpo que me atrai nao so a mim como ao meu pai/Fico sem controle cheio de tesão quando estou com ela/Assistindo televisão cristina minha filha prepares para ver/Vou ter um orgamo em homenagem a você/Em homenagem a você (3x) Ah http://letras.mus.br/matalanamao/842259/
sei que a conclusão da conversa foi que tava todo mundo velho e a vibe ficou foi nostálgica. como estávamos com equipamentos analógicos um papo bom que rendeu também foi sobre tecnologia, revisitamos o passado e falamos sobre fitas e câmeras vhs… adilson ron ron nos contou a história de uma ex namorada que sumiu com todo material que ele tinha do matalanamão depois que acabou o namoro. inclusive a vhs original do clipe “os peitinhos” também sumiu. esse clipe foi censurado pela mtv na época. https://www.youtube.com/watch?v=cot90aSgQjY
sugeri que trouxessem filmes pornôs ou pornochanchadas para projetar na hora do show. todos riram, disseram que não dava mais pra fazer essas coisas, por conta das esposas e filhos. os caras envelheceram, aquele papo. mas com bom humor. a passagem de som foi bem rápida, muito mais breve que a troca de ideia que a antecedeu. tradição punk, aquela urgência, músicas simples e a agressividade sarcástica e niilista de sempre. mas o punch chega junto, bate no peito e você dá aquele sorriso de canto de boca pensando “agora sim”.
tiramos fotos no final, tava um climão bem de brodagem, todo mundo feliz. fomos até convidados pra ir com eles pro alto zé do pinho e ficar até a hora do show, coisa que deixaria esse texto 500% melhor, mas eu tava recebendo um casal de fora no carnaval e abdiquei pra curtir um paço do frevo e andar de barquinho até o galo da madrugada spock dos olhos azuis. que foi bom também. as coisas são o que são.
15 de fevereiro de 2015 17:38
Doido, tô saindo sem celular, beleza? A gente se encontra
xhegamos e encontramos os caras no backstage e nos embicamos no camarim. o astral tava um pouco menos light que de tarde, apesar de tanto tempo na estrada, percebe-se que o frio na barriga é eterno e nos acompanha pro resto da vida. foi bonito vê-los ansiosos pelo show sem se importar em disfarçar, mesmo com 300 anos de estrada. foi muito massa ver alberto vestido de chaves emulando um ‘isso isso isso” na frente do e spelho. quem me conhece sabe do meu respeito por bolaños. matalanamão é um projeto muito verdadeiro e fiquei feliz em perceber e sentir isso na real. mas é aquilo, quem faz com amor costuma ser assim, né verdade?
8 de março de 2015 23:04
oi igor, você poderia me mandar um relato da sua experiência no dia do matalanamão…
9 de março de 2015 01:17
Matalanamão.docx
Quando Adilson perguntava sobre a possibilidade de Gutie não ter pagado a conta luz em meio a escuridão que tomava o palco, eu me perguntava se ainda sim o show continuaria ironicamente enérgico, tal como seguia, e a resposta foi instantânea, o público que chegou cedo a um festival que não possui o feitio de explorar o punk, em meio ao carnaval, pôs em questão o papel da iluminação, talvez até instigando mais a banda a perceber que a troca de energias que acontecia ali, tratava-se de um elo entre eles (o público) e a música, o resto era tal qual um prato gourmet, que se come por vaidade e não por necessidade. Quando senti que não só eu tinha captado a mensagem, mas a banda também, percebi que existia uma reciprocidade, que só era real porque havia uma comunicação fluida entre os dois eixos em questão.
A física diz que a escuridão não pode ser estudada separadamente da luz, já que o escuro é, na verdade a ausência do claro.
O suprassumo de poder acompanhar Matalanamão foi perceber que, de fato não há postura palco, e é ai que mora a sabedoria de conseguir repassar sinceridade ao público e ser reconhecido por isso, valendo ressaltar que não falamos de um público comum. Os músicos estavam empolgados, comentavam estar há tempos tocando aqui e acolá, mas viam no festival a oportunidade de poder mostrar para um bom público que o barato de fazer música da forma como eles assumiram lá em 93, quando a banda começou a tocar, continuava o mesmo, talvez com letras diferentes, mas com mesma empolgação de sempre, e assim fizeram, suando as músicas, fantasiados durante o carnaval, com ou sem luz.
Tal qual uma transa, mesmo que nós tentemos desmontar e ressignificar as ações e sensações, de qualquer maneira o show da Matalanamão, banda de punk pornô surgida na efervescência das multiculturas de uma favela recifense, começa como uma surpresa, no impulso de provocar, é intenso na maneira de causar e reverberar por si só e acaba na vontade de querer de novo. E o que marca é que, com a total abertura que os músicos lhe dão com todos, a sensação de dever cumprido é mútua.
6 de março de 2015 10:30
Chegaram as fotos, doido!!
6 de março de 2015 21:07
http://we.tl/cTdrkqKYy
Rolaram umas duplas exposições, que eu já tava pensando que iriam rolar.
Vê aí se tu curte. Comenta aqui comigo, tô curioso!
Ficaram fodas!!
7 de março de 2015 04:44
=D
8/4/2015 10:43
se eu tirar print screen do meu texto, fernanda resolve?
se eu entregar em imagem?
8/4/2015 10:44
Dá não, porque vai pro indesigner
Teríamos que escrever tudo
Tas escrevendo a mão é?
8/4/2015 10:51
no googlr docs
google docs*
8/4/2015 10:52
Manda os dois formatos
Colocamos o texto e depois as marcações
8/4/2015 10:53
a ideia se sompleta se mostrar o texto dentro do google docs.
completa.
com as falhas… os destaques…
a organicidade.
é a forma que meu texto dialoga com a estética da banda de alguma forma.
então é uma solução importante.
posso escanear também.
imprimir o print screen e escanear.
me diz o que fernanda acha que devo fazer.
8/4/2015 10:55
Certo. Mas pra diagramar precisamos do texto.
8/4/2015 10:55
xiii
beleza.
8/4/2015 10:56
Manda os dois formatos e te mostro como vai ficar
8/4/2015 10:56
massa.
8/4/2015 11:07
Fiquei pensando em incluir uma terceira cor do editor, com observações que eu faria e a gente manter tudo.
8/4/2015 11:07
ótimo!!
mas aí não acaba nunca.
porque eu também faria observacoes em cima das tuas
ou não?
8/4/2015 11:08
Mas na tua escrita as duas cores tem que significado?
8/4/2015 11:08
só preu entender.
texto coletivo.
hehe
isso pode ficar massa.
8/4/2015 11:08
Ê mesmo. Mas a designer tomou o texto do editor e publicamos na net. Heje
8/4/2015 11:09
aí essa conversa aqui vai pro texto.
hahaha
tem que parecer o editor de texto. e se for de fato o editor de texto melhor ainda.
essa segunda imagem que te passei o título do texto e os creditos tão no canto superior direito da tela.
onde se bota o nome do arquivo no google docs
quanto mais a gente deixar vivo esse processo tecnico-orgânico, mas faz sentido o texto.
canto superior esquerdo*
8/4/2015 11:14
Mas acho que manter Google docs não é importante
8/4/2015 11:15
ooolhe
8/4/2015 11:15
As marcas do texto, ortografia, editor etc, cores
Isso já é o processo
Não importa a plataforma
Podia ser numa máquina de escrever
Com várias rasuras
Entende?
8/4/2015 11:16
e mostrar que eu to escutando um disco durante a escrita?
o que eu*
simboliza algo?
ou que to com varias abas de algum escritor de referencia emnqto escrevo o texto…
etc etc?
mostrar o navegador é uma coisa…
mostrar só o texto é outra.
a plataforma diz muito.
podia ta ewcrevendo numa maquina de escrever embaixo de uma arvore.
num sitio.
offline.
8/4/2015 11:18
Sei
8/4/2015 11:21
esse lance da edição também, gostaria de deixar o erro passar. assim como aquele acorde errado da banda no palco.
e agora, carlos??
8/4/2015 11:23
manda tudo que fica melhor de discutir já em cima das soluções que fernanda der tb
8/4/2015 12:16
tudo enviado.
8/4/2015 12:57
recebido
8/4/2015 12:57
show.
8/4/2015 15:58
queria discutir contigo o ‘processo criativo’
o texto focou bem mais no processo criativo dos autores do que da banda.
acho que os erros ortográficos só valem se você estivesse entregue no dia seguinte. uma vez que maturasse sobre eles, não tem muito sentido manter os erros.
a não ser os que caracterizem uma função. o do título, por exemplo, as falas, o copiar-colar de conversas.
mas a parte narrativa e ensaística do texto, onde está presente a tua voz, não vejo sentido em manter o erro.
Os prints vamos ver como usar. As fotos preto e branco achei mais bacanas. Tem uma lá por trás dos músicos que diz bem o lugar que quisemos ocupar nestes ensaios. Valia ser a capa do livro.
oc é um espaço pra experimentação, mas a gente vendo esses detalhes dá pra deixar o ensaio “melhor”.
Vamo conversando, mas dando carta branca mexo na revisão de uma parte e já vamos diagramar.
8/4/2015 16:11
Pera. Vou amadurecer e te respondo já.
8/4/2015 16:15
Blz
9/4/2015 10:44
não concordei com o argumento dito lá em cima sobre não fazer sentido se “eu atrasei”… mas acredito que pode ficar bom com o toque de vocês.
9/4/2015 10:45
Ali eu não falei de atrasar, mas manter a grafia quando o texto é escrito numa tomada só
Bate e pronto
Sem revisão. Aí acho que justifica mais
9/4/2015 10:46
mas ele foi escrito numa tomada só. essa é a questão.
por trechos.
mas vamo nessa. confio em vocês.
9/4/2015 10:57
BLz.
Foto: Igor Marques
Publicado originalmente no e-book passagens performances processos (2015).
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