Canções iluminadas de sol

Foto de capa: Priscilla Buhr. Da esq. para dir. Beatriz Melo, Mabuse, Paulo Marcondes, Fernanda Maia, Carlos Gomes e Jomard Muniz de Britto. Na MauMau Galeria.

Reconhecidamente distintos, Tropicalismo e Manguebeat apresentam pontos em comum em suas trajetórias na história da música brasileira. É o que apresenta o pesquisador e editor do Outros Críticos, Carlos Gomes, em seu novo livro Canções iluminadas de sol, estabelecendo um processo comparativo entre os dois movimentos culturais por meio das músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S.A e tantos outros que marcaram esses períodos históricos. O lançamento acontecerá no Recife, São Paulo e Rio de Janeiro, nos dias 14, 21 e 23 de abril, respectivamente, com participação de pesquisadores do tema,  como Jomard Muniz de Britto, Fred Coelho e Lorena Calábria, e músicos como Romulo Fróes, Siba, Stela Campos e H.d. Mabuse.

Segundo o autor, “A publicação não traz uma cronologia das canções. Eu também não me preocupo em falar da história dos dois movimentos porque isso já é muito conhecido. Meu foco é analisar como os procedimentos de criação das músicas se deram, como no Tropicalismo e Manguebeat, a ideia de devoração, a partir da Antropofagia de Oswald de Andrade, é retomada em cada um deles, no modo como se relacionam com os gêneros musicais, por exemplo”, afirma Carlos.

O livro, incentivado pelo Funcultura, terá seu primeiro lançamento no Recife às 19h na Galeria Maumau, com debate do autor com o poeta e cineasta Jomard Muniz de Britto, o pesquisador Paulo Marcondes Soares e o músico e designer H.d Mabuse, que no final da conversa fará uma apresentação musical. No dia 21, às 16h, o autor desembarca em São Paulo, para participar de debate com Romulo Fróes, Siba e Stela Campos, na Livraria da Vila. Já no Rio de Janeiro, o lançamento está marcado para às 18h do dia 23 de abril na Audio Rebel, com a participação de Lorena Calábria, Bernardo Oliveira, Fred Coelho e Domenico Lancellotti, que ao fim do evento fará o show do disco Serra dos órgãos.

Para a professora da pós-graduação em Comunicação da UFPE, Angela Prysthon, presente na banca da dissertação de mestrado do autor, do qual se originou este livro, Canções iluminadas de sol tem extrema importância para a sociedade como um todo. “Trata-se de uma pesquisa relevante para o contexto nacional e local, sobretudo quando consideramos a permanente necessidade de estimularmos trabalhos de análise comparada de fenômenos culturais de períodos históricos distintos. Igualmente importante é vincular esse estudo ao conceito de canção crítica e percebê-lo como ponto de inflexão para a construção de uma leitura atenta da canção popular nos dois movimentos destacados”, pontuou a professora.

Com tiragem de mil cópias, a publicação de Carlos Gomes, que vem desenvolvendo projetos de crítica cultural no Recife, traz um projeto gráfico desenvolvido por Fernanda Maia, designer do Outros Críticos, com colagens, ilustrações e trabalhos tipográficos de Beatriz Melo, artista visual e ilustradora. O posfácio do livro foi escrito por Paulo Marcondes Soares, professor da pós-graduação em Sociologia da UFPE, e a orelha tem assinatura de H.d. Mabuse.

Mabuse acredita que esta publicação trouxe uma nova perspectiva para o assunto, considerado já saturado. “No lugar de comparar personagens, ou recorrer a paralelos das duas histórias, o autor promove um diálogo entre temas que são abordados por ambos, cada um de sua maneira. Esse diálogo, que escapa às barreiras de tempo e espaço, faz com que se entenda mais do Mangue, pelos olhos dos tropicalistas e mais do Tropicalismo, pela ótica dos mangueboys.”, relata o músico.

SERVIÇO

Lançamento do livro Canções iluminadas de sol: entre tropicalismos e manguebeats, de Carlos Gomes

O livro custará R$15,00.

>> Recife – 14 de abril, às 19h

Galeria MauMau, Rua Nicarágua, 173 – Espinheiro

>> São Paulo – 21 de abril, às 16h

Livraria da Vila, Rua Fradique Coutinho, 915 – Vila Madalena

>> Rio de Janeiro – 23 de abril, às 18h

Audio Rebel, Rua Visconde de Silva, 55 – Botafogo