A gente não é pouca gente.
Milhares nas ruas, nas praças, nas redes sociais. Na frente de quem quiser perceber, mostrando que uma cidade precisa ser feita para que as pessoas sejam felizes. Todas elas. Todos eles. Tocando música, fazendo arte, barulho e canção.
Porque o atraso não queremos não. Nem o descaso. Nem o abandono.
Queremos o progresso. O progresso das gentes. Dos sorrisos. Das alegrias. Das interações e das integrações.
A gente quer mais é vida. É cor. É prazer.
Da cidade que precisa se ver, se conhecer, se reconhecer, se sentir.
De espaço público-lazer-emprego-renda-felicidade-transporte-alegria-casa.
Porque tudo é a mesmíssima coisa.
Coisa que não casa com grandes torres espelhadas e estrambólicas.
Vomitando carros, fumaça, esgoto e lixo na beira da maré.
Roubando ventos, passeios e pessoas.
Não no Estelita. Não na Aurora. Não em canto nenhum.
A gente é você preso dentro de um ônibus lotado.
É você saltando os buracos da calçada.
Contando reais pra pagar o aluguel que novamente pipocou.
Votando nas pessoas que os partidos escolheram pra representar as empreiteiras, as montadoras e os bancos.
A gente é você querendo uma vida melhor, numa cidade melhor, num país melhor.
A gente é seu sorriso, seu sonho, seu desejo.
A gente gritando é você. E quer você gritando com a gente.
Ame a cidade. E #OcupeEstelita.
Publicado originalmente na 4ª edição da revista Outros Críticos.
Foto de autoria do Coletivo Coexistir: Diogo Lopes, Pedro Andrade e Renata Pires.
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